Domínio dos Mares de Morros |
Localização
Esse domínio geoecológico localiza-se na porção
oriental do País, desde o Nordeste até o Sul. Na região Sudeste, penetra
para o interior, abrangendo o centro-sul de Minas Gerais e São Paulo.
Relevo
Relevo mamelonar esculpido
pelo clima Tropical Úmido em áreas de rochas cristalinas (sul de Minas e
Vale do Paraíba).
O aspecto característico do Domínio dos Mares de Morros encontra-se no relevo e nos processos erosivos.
Mares de Morros
O Planalto Atlântico
(classificação de Aroldo Azevedo) é a unidade do relevo que mais se
destaca; apresenta terrenos cristalinos antigos, datados do
pré-cambriano, correspondendo ao Escudo Atlântico. Nesse planalto estão
situadas as terras altas do Sudeste, constituindo um conjunto de saliências ou elevações, abrangendo áreas que vão do Espírito Santo a Santa Catarina.
Entre as várias serras regionais como a do Mar, Mantiqueira, Espinhaço, Geral, Caparaó (Pico da Bandeira = 2 890 m), etc.
A erosão, provocada pelo clima tropical úmido, associada a um intemperismo químico significativo sobre os terrenos cristalinos (granito/gnaisse),
é um dos fatores responsáveis pela conformação do relevo, com a
presença de morros com vertentes arredondadas (morros em Meia Laranja,
Pães-de-Açúcar).
Solos
Na Zona da Mata Nordestina encontra-se um solo de grande fertilidade, denominado massapé; originou-se da decomposição do granito, gnaisse e, às vezes, do calcário.
No
Sudeste, ocorre a presença de um solo argiloso de razoável fertilidade,
formado, principalmente, pela decomposição do granito em climas úmidos,
denominado salmourão.
É o domínio geoecológico brasileiro mais sujeito aos processos erosivos,
conseqüência do relevo acidentado e da ação de clima tropical úmido. O
intemperismo
químico atinge profundamente as rochas dessa área, formando solos
profundos, intensamente trabalhados pela ação das chuvas e enxurradas. É
comum a ocorrência de deslizamentos, causados pela destruição da vegetação natural, práticas agrícolas inadequadas, etc.
Hidrografia
As
terras altas do Sudeste dividem as águas de várias bacias
hidrográficas: bacia do São Francisco, bacia Paranaica (Grande, Tietê,
etc.), bacias Secundárias do Leste (Paraíba do Sul, Doce) e Sul.
A
maior parte dos rios são planálticos, encachoeirados, com grande número
de quedas ou saltos, corredeiras e com elevado poder de erosão. O
potencial hidráulico é também elevado, não somente dos rios das bacias
Paranaica e São Francisco, mas também de vários rios de maior extensão
que correm diretamente para o mar (bacias Secundárias). A serra do Mar
representa uma linha de falhas que possibilita, também, a produção
energética (exemplo: usinas Henry Borden I e II que aproveitam as águas
do sistema Tietê – Pinheiros – Billings).
Esses rios apresentam cheias de verão e vazante de inverno (regime pluvial tropical).
Clima
O
Domínio dos Mares de Morros apresenta o predomínio do clima tropical
úmido. Na Zona da Mata Nordestina, as chuvas concentram-se no outono e
inverno.
Na
região Sudeste, devido a maiores altitudes, o clima é o tropical de
altitude, com médias térmicas anuais entre 14 °C e 22 °C. As chuvas
ocorrem no verão, que é muito quente. No inverno, as médias térmicas são
mais baixas, por influência da altitude e da massa de ar Polar
Atlântica (mPa).
No
litoral, sobretudo no norte de São Paulo, a pluviosidade é
elevadíssima, conseqüência da presença da serra do Mar, que barra a
umidade vinda do Atlântico (chuvas orográficas ou de relevo). Em Itapanhaú, litoral de São Paulo, foi registrado o maior total anual de chuvas (4 514 mm).
Vegetação
A principal paisagem vegetal desse
domínio era, originariamente, representada pela mata Atlântica ou
floresta latifoliada tropical. Essa formação florestal ocupava as terras
desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, cobrindo as escarpas
voltadas para o mar e os planaltos interiores do Sudeste. Apresentava,
em muitos trechos, uma vegetação imponente, com árvores de 25 a 30
metros de altura, como perobas, pau-d'alho, figueiras, cedros,
jacarandá, jatobá, jequitibá, etc.
Com o processo
de ocupação dessas terras brasileiras, essa floresta sofreu grandes
devastações. No início, foi a extração do pau-brasil; posteriormente, a
agricultura da cana-de-açúcar (Nordeste) e a do café (Sudeste).Atualmente, restam apenas alguns trechos
esparsos em encostas montanhosas, cerca de 7% da cobertura original.
Evolução do desmatamento da Mata Atlântica em São Paulo, o estado mais populoso do Brasil. |
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Fonte: Geografia Sociedade e Cotidiano,
interna.coceducacao.com.br
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